domingo, 11 de maio de 2008




Mandiocultura em Irajuba Novas técnicas de cultivo dão um salto de qualidade em plantações de Irajuba
Graças aos cursos de capacitação em mandiocultura 20 famílias associadas de Irajuba, pequeno município localizado a 299 km de Salvador, renovaram a esperança de melhorar de vida. Os cursos foram oferecidos pelo Sebrae em parceria com a Prefeitura, EBDA e Sindicato Rural de Irajuba,
com recursos do Programa Comunidade Empreendedora, da Secretaria de Combate à Pobreza e Desigualdades Sociais, que está fomentando o desenvolvimento nos municípios com menores Índices de Desenvolvimento Humano do estado.Com o conhecimento adquirido em aulas de preparação do solo, cultivo, aproveitamento na alimentação humana e animal, associativismo, empreendedorismo e comercialização, os pequenos agricultores esperam aumentar substancialmente sua renda através do incremento da produção. “Depois da capacitação passamos a nos organizar, melhoramos a nossa técnica e, hoje, já observamos a plantação mais forte e crescendo mais rápido. Esperamos bons resultados na colheita”, diz Erotilde Pereira Fontana, 53 anos, líder da Associação dos Produtores de Mandioca do Ipauaté.
O trabalho de capacitação começou em novembro de 2003 com o TGB – Treinamento Gerencial Básico Rural, que teve como objetivo principal desenvolver a mentalidade empreendedora e associativa, criando, assim, pólos produtivos competitivos e sustentáveis. “Um dos objetos mais importantes do projeto é a implantação de uma cultura de negócio para a mandioca que além de suprir a necessidade alimentícia, passe a trazer renda para a região” acredita Jorge Brito, técnico do Sebrae da agência de Jequié, responsável pelo acompanhamento do projeto.
Inicialmente foi aplicado um curso em sala de aula, onde aconteceu o repasse de metodologias e novas técnicas de cultivo.Já na parte prática, direcionada para o plantio, foram repassadas aos agricultores tecnologias de baixo custo, fácil aplicação e que proporcionam aumento de produtividade, como: corte da maniva (talo do caule da mandioca usado como muda no plantio), preparação e adubação do solo e espaçamento.
No curso de aproveitamento dos subprodutos da mandioca para alimentação humana os participantes aprenderam a preparar novas receitas utilizando a farinha da folha da mandioca e a goma da raiz. Lasanha, quindão, aipim ao forno, vários tipos de bolo e outros pratos entraram para o cardápio dos agricultores, que desde então passaram a contar com novos produtos com valor agregado para serem comercializados. “O aumento da renda do município virá através do crescimento da produtividade e do incremento do leque de produtos beneficiados e prontos para consumo. Hoje, os agricultores estão preparados para preparar mais de 50 produtos diferentes utilizando a mandioca como matéria-prima”, analisa a consultora técnica em Agropecuária, Adriana Miranda, que faz o acompanhamento do projeto.
Os agricultores aprenderam também a usar a raspa da folha de mandioca, rica em proteínas e vitamina C e A, para melhorar substancialmente o valor nutritivo das refeições. “É muito simples, basta apenas acrescentar ao feijão, uma colher de chá” explica Adriana.
Com os agricultores capacitados, eles foram testar os conhecimentos adquiridos. Isso aconteceu em janeiro de 2004, com a implantação de três Unidades Tecnológicas de Aprendizagem (UTAs). Essas unidades transformaram-se em verdadeiras escolas práticas. Nelas foram utilizadas as novas técnicas de plantio apreendidas na capacitação. “O tipo de corte da maniva, a forma de preparar a o solo e o adubo utilizado são as novidades positivas”, afirma Florisvando Alves Cardoso, 75 anos, exibindo orgulhosamente a sua plantação, que apesar de germinada a pouco tempo já está em fase bastante adiantada. “Dá para ver que a mandioca e a raiz estão mais fortes. Só falta agora esperar a chuva cair na hora certa que o resultado vai ser muito bom”, acredita.
A primeira colheita dos cerca de dois hectares, área somada das três UTAs, está prevista para janeiro de 2005, um ano após a germinação das sementes. Se não houvesse a capacitação, segundo a área cultivada traria um retorno de três toneladas de mandioca. Depois da capacitação a expectativa é colher 30 toneladas. “Um aumento na produção que pode revolucionar a economia do município”, acredita.
Além das áreas de treinamento, foi criada uma roça comunitária para os participantes do projeto. A área de 11 tarefas (18.700 m²) foi cedida por José Almeida, um dos agricultores. Porém, devido à escassez de chuva, apenas quatro tarefas foram plantadas. A previsão para o início da colheita é julho de 2005.
Para Humberto Sólon Samento Franco Júnior, Secretário de Administração de Irajuba, “se todos os produtores de mandioca aplicarem a metodologia incorporada pelos participantes do projeto, o município, com certeza, dará um grande salto em sua economia”.
A prefeitura dá apoio para os produtores irem a feiras regionais. Eles já participaram em feiras em Jequié, Vitória da Conquista, Ipiaú e Manuel Vitorino. Um dos facilitadores do desenvolvimento da atividade no município de Irajuba é que todas as suas comunidades possuem casas de farinha comunitárias e energia, o que facilita a produção. Outro fator positivo é o tipo de solo (areno-argiloso), ideal para o cultivo da mandioca.

fonte: SEBRAE http://www2.ba.sebrae.com.br/desenvolvasuacomunidade/{87BEC5E0-8E1E-4703-BD48-53C22F5F896B}.asp

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